quinta-feira, 16 de julho de 2009

FELICIDADE MORBIDA
O que seria da vida Sem a luz da tua alma a me lumiar Como seriam os meus dias Sem o ardor do teu altar Pra que caminhar pelas trevas A procura do lenitivo Se hoje podemos encontrá-lo No declínio do teu abismo É mórbida flor, porém Delicada e deslumbrante Que sacia tão voraz vazio Do meu semblante É fruto negro e proibido É lança no peito ferido São ondas que tocam as nuvens E inundam o pequeno infinito Um castelo de espelhos Na areia do meu tempo O sangue quente derramado Das veias do desespero É nobre escuridão Que devora as estrelas É o frio do coração que Congela minha tristeza Vivo pela morte Numa sede vampirística Do livro sou as páginas Macabras e místicas Reflito no teu ego A imagem mais nítida Do alquimista a procura Da amarga utopia Sinto calor em teus lábios Escuros no beijo E vejo a lua através Dos teus olhos negros Sigo pregado em tua cruz Ferido pelos espinhos do teu ódio Envelheço mil anos Por segundo ser tão lógico São as asas que ardem em chamas E me levam ao vale da solidão Onde encontro meu abrigo Em tal sentido sem razão Pois tu és canção lírica Que reluz minha alma agora Teu sentimento obscuro É minha felicidade mórbida

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