sábado, 26 de março de 2011

Ando pelas ruas desertas
Onde nos encontramos
Foi naquele tempo de paz
Que nós nos amamos
Ando pelas ruas escuras
Onde agora vejo seu vulto
Numa simples alucinação
Posso ouvir a sua voz
E sentir meu arrepio
O medo daquele lugar
Traz na mente
Meras lembranças
De dias tão especiais
Viverás eternamente
Pelas ruas que passamos
E de mim não fugirás
Será meu grande amor
Por anos e anos
Ela esperou congelada
Sem conta de quantos invernos
Sem conta das madrugadas
Vagando sozinha na noite
Fazendo do vento
O mais cruel açoite
Ela esperou congelada

Enterrou o sentido de tudo
Vendeu a alma a uma coruja
Fez da solidão o mais forte escudo
De Princesa da Luz para Rainha das Trevas

Ela manteve-o tão perto!
Mas precisou deixá-lo ir
E se pergunta em noites escuras
Se vai preencher o deserto
Que por ele a fez fugir

Prometeu vingança
Ao ver o sangue dele no chão
Precisou sufocar a esperança
De escutar dele o pulsar do coração

Beijou-lhe a face fria
A terra já se fazia molhada
Pelo pranto que dos olhos escorria
Que a fez permanecer congelada
Essa Tristeza que aflige meu coração
Consome todos os meus sentimentos.
Todas as milhares de almas perdidas
Misturadas às ilusões deste mundo
Todos os versos mortos,
E os pensamentos quebrados.
Deleito-me nos sonhos.
E ouço o seu clamo
Sozinho sem amor.
E a Morte vem me chamar,
Recomponho-me das cinzas espalhadas,
E de todo o meu encanto,
E das noites frias em meu
Castelo Negro.
Minhas suplicas não são ouvidas.
Ninguém entende.
E nas minhas palavras expresso
Toda a minha cólera.
Entendes a minha dor?
Entendes porque não quero ser dono
Do meu próprio domínio.
Calo-me, peço silencio a todos os gritos.
Ainda espero as suas palavras entre os espinhos
De consternação cravados na alma.