domingo, 7 de fevereiro de 2010


nem toda flor tem que ter cor
De que adianta ter gente que me joga flores se nem ao menos posso ver as cores além da escuridão latente? De que me adiantam flores se não sinto os odores nada ouço além de vozes doces que somem além da escuridão e mãos que se fecham na minha solidão? Não se cansam de cair as flores queda inútil, à lama levará assim como eu, o que cair apodrecerá o fracasso exibe sua imagem e seus horrores Malditas sejam as flores a perturbar-me a razão assistindo à minha condição adoçando com dó meus dissabores Afundem todas as flores e não me venham com piedade nem memória, nem saudade nem feridas ou vãos amores Deixem-me só as flores só com migalhas de pensamentos abortados sentimentos queridas e inúteis dores que na carne me fazem humana, ferem a criatura desumana Cresce da fúria do abandono, junto ao olho e o escuro adorno, meu ódio, minha força que ascenderá não flores, mas a vida que deu a elas as cores, me vingará

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