terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

As asas que possuoMuito fechadas estãoAgoraNeste local de cadáveresQue infelizmente éO meu encarcerante mundoDe covas bravias nuas...Local abandonadoPor sentimentos bons,Local punido,Maldito,Local onde só flutuamDesamores,Lamentos,Dor...Suas asas se fecham,As ilusões ganhamVárias dimensões...Num céu sem nuvensVocê contemplaEstrelas vermelhas,Estrelas que sangram,Exalando sangueE lágrimas...O exalar me faz adormecerEm inominável montanhaDe uma inominável sendaDe tristes montanhas...As montanhas dolorosasDe firmamentosQue jamais alcançoEnquanto estiver aquiAprisionadoPor correntes de altas forçasQue custam a seremQuebradas todas...Aprisionado em sonhos,Na dor que não desejaQue se vá...Aprisionado nas própriasAsas...Atordoado pela sutil brisaQue vai até vocêE tenta te acariciar...Aterrorizado por sentir medo,Por renegar o amor,O amor vindo de um céuSem nuvens,Um céu vermelho...Céu que não consigo mais ver,Meus olhos fechadosDe Anjo CaídoNão se abrem para o que está lá noAlto,Para o que respira lá noAlto...O céu guarda teu sonoE você prefereAdormecer...Dormindo se protegeE em sonhosTudo é diferente...O céu vermelhoTe guarda,Te aqueceE te espera...Acordar!Acordar não me faria renascerMesmo se soprassemNovos ventosNo imenso espaçoDos baixos horizontes daquiQue me sufocamComo prisão eternaDe infinitas covas negrasDe infinitos enterrosDas minhas asas!Asas que antesBatiam,Asas que hojeAdormecem,Asas que daqui para a frenteEstarão infinitamenteAdormecidas...Adormeça,Anjo,Continue em decadência...Daqui eu te vejo,Sempre sei onde estará,Sempre estareiOlhando você,O teuAdormecer,O teuDespertar!Despertar inexistente,Não quero despertarPara um mundo ainda maisDecadenteDo que eu...Asas minhasEternamente fechadas...Olhos meusEternamente fechados...

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