domingo, 8 de novembro de 2009
Deitada no pequeno espaço entre essas duas covas frias eu tento me esconder até a noite chegar...Os minutos demoram passar,e esse silêncio fúnebre me faz adormecer calmamente...De repente sinto o vento de asas e abro os olhos e vejo a lua refletida nas placas que cobrem os túmulos...Levanto e caminho descalça meio as rosas murchas,e túmulos ainda frescos,a brisa fria toca meus lábios qual um doce beijo...Meu ser está em paz,não me sinto mais diferente de todos,pois apesar de ainda respirar, estou morta... Às vezes uma coruja vem e silenciosamente fica olhando em meus olhos,e mais uma vez uma estranha paz me envolve quando mergulho naqueles doces horizontes cinzentos...Quando percebo, por de trás das árvores secas e retorcidas vejo as nuvens de sangue anunciando que tenho que ir para casa,e uma lágrima cai de meu olho...Aprendi a amar a noite,pois nela me descobri,aprendi a temer o dia,pois tudo parece inalcançável...
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